quarta-feira, 28 de outubro de 2009

"...para recomeçar em todos os lugares e a qualquer minuto o amor acaba."

AMOR EXTREMO (THE EDGE OF LOVE), John Maybury, Reino Unido - peguei o filme ontem, no Belas Artes, sem saber do que se tratava, diria até que por uma questão física (tempo/ espaço - consegui parar o carro ao lado do Belas Artes e já não havia mais tempo para O ARQUITETO). Filme para mulherzinhas, com um que de romantismo (com mocinho romântico e o tipo cafajeste por quem todas se apaixonam) e, contendo o impulso inicial de sair, acabei gostando . Trata de uma espécie de triângulo amoroso entre um poeta e duas mulheres, no contexto da II Guerra. A relação que as mulheres constroem entre si acabou constituindo, para mim, o ponto forte do filme, além de algumas cenas bonitas, e da beleza das atrizes. Fácil como tantos outros e provavelmente estréia em grande circuito.

UMA SOLUÇÃO RACIONAL (DET ENDA RATIONELLA), Jorgen Bergmark; Suécia, Finlândia, Alemanha, Itália - gostei muito. Faz refletir sobre amor (que acaba parecendo uma idéia um tanto mais abstrata e ampla do que já é), paixão, desejo, monogamia e toda a maluquice de que se é capaz a partir daí. Para mim a idade dos personagens retratados é ainda mais um fator de interesse. A fotografia da cena do barco é belíssima.

Nos dias outros houve 35 DOSES DE RUM, que, com UMA SOLUÇÃO RACIONAL , compõem o que assisti de melhor até agora. ABRAÇOS PARTIDOS é Almodovar e isso, com o tempo, acaba não sendo mais tão positivo. Não consegui enxergar a Penélope Cruz como personagem, acho que a exposição excessiva acabou por tornar a atriz uma personagem por si só, se é que me entendem, o que dificulta um pouco o "curtir" o filme. De qualquer forma, não deixa de ser um bom filme, pra ver depois. O PRIMATA é interessante, com cenas de câmara na mão, suor, aflição. O enredo parece melhor que a realização. Era evidente a aflição do personagem, mas não me atingia, embora fizesse pensar sobre a situação dele e até onde vai o sentimento (seja qual for) em situações extremas. Ah! Também peguei RICK, que gostei. Há que se considerar que a fantasia do filme é a que por vezes se cria para superar a aridez de situações, circunstâncias, com as quais se tem que lidar, pois se o levarmos ao pé da letra, perde um bom tanto.

5 comentários:

luís disse...

Será que você vai gostar de "Sedução"? Não é um filme ruim. Eu gostei. Mas confesso não ter coragem de recomendá-lo para los otros.

Como gostou de amor extremo, sedução vai bem.

Ramiro disse...

Discordo, em parte, dos comentários referentes a O Primata. Até certa altura, o filme estava me parecendo um tanto sem eira nem beira. Eu me perguntava onde aquilo ia dar. A revelação - incrivelmente seca - do probleminha que estava por trás do comportamento "símio" do personagem central, contudo, produziu no filme um crescendo de tensão, angústia, desconforto. O Lulu não gostou do final - o diálogo em que o filho do doido narra a ele o sonho que teve. Eu, ao contrário, considerei brilhante esse desfecho.

luís disse...

De onde vem esse título?

jorge elias jr. disse...

Bem vinda!! É o meu amor... Que orgulho.

Também não sei qual é a do título do post. E "cafajeste por quem todas se apaixonam" pode prejudicar nossa imagem.

patricia orestes disse...

Ora, Ramiro, tua notória sensibilidade aguçou tua percepção no caso de O Primata, ou então melhor darmos um pulo no teu apê pra ver se está tudo bem, afinal, não tenho visto a Sra. Ramiro por aí...
Tanto Amor Extremo, como Uma solução racional, trazem relacionamentos, amores, desamores. A frase é de Paulo Mendes Campos, uma crônica talvez Quando o amor acaba, muito bonita.