quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Dicas e contradicas

Acho que nunca antes na história deste país eu tinha me deleitado com uma seleção inicial de filmes tão feliz como vem ocorrendo nesta Mostra. Comentários breves das últimas coisas vistas (já somam doze):
  • Na hipótese de que O Ponto Vermelho e Os Dispensáveis venham a ser programados para a semana adicional, não os percam. São muito bons. No caso do segundo, assino embaixo da avaliação feita pela Patrícia.
  • O Primata é igualmente imperdível. Não sei se a sensação foi muito turismo estelar meu, mas esse perturbador filme me fez pensar, por razões distintas mas complementares, em Elefante e Anticristo. Recomendo trocar qualquer projeto conflitante por ele, cuja última sessão ocorre logo mais (quinta-feira à tarde) no MIS.
  • Eu Matei Minha Mãe está entre os melhores a que assisti até agora. O diretor e ator principal, apesar dos seus 17 aninhos, já é gente grande. A mim deu provas de muito talento nas duas funções que exerce.
  • O sueco Uma Solução Racional só não chega a ser avassalador porque poderia ser mais enxuto. Mas o filme é muito bom, cheio de cenas sensacionais construídas com maestria e uma inteligentíssima exploração de sutilezas.
  • Fujam de Cinerama. Começa prometendo, transforma-se abruptamente numa comédia surreal - em performance tipo combo coletivo multiperformático da Vila Madalena - e desemboca gloriosamente numa viagem à sabedoria esotérica. Só para fãs de Teatro Físico e gente que acha o Zé Celso tuuuuuuuuuuudo de bom.
  • Lágrimas de abril: cinemão finlandês, a meu ver uma tentativa de concorrer ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Não é ruim, mas, na presença de opções promissoras, pode ser descartado sem grandes temores.
  • Irene é interessante, mas provavelmente não agradará a todo mundo. É um monólogo do diretor, que, câmera na mão, põe-se a explorar fragmentos físicos e memórias da sua vida afetiva com uma mulher morta há quase 40 anos. Tem cara de ser biográfico, o que aumenta substancialmente a carga dramática da obra. Vale ver.
  • Czar: épico sobre a era de Ivan, o Bonzinho, aquele que com muita ternura governou a Rússia em meados do século XVI. O filme seria melhor sem o farto apelo místico que o move. Bom passatempo, não mais do que isso.

5 comentários:

luís disse...

Proponho uma mesa redonda entre vocẽ e o Walter, com a Renata de mediadora, para que eu decida se devo assistir ou não ao Cinerama.

Ramiro disse...

Participar de uma mesa redonda com o Walter é o meu mais antigo e renitente sonho de consumo. Mas não precisamos realizá-lo agora, sem a devida preparação psicológica: considere-se plenamente autorizado a ir ver Cinerama.

jorge elias jr. disse...

E eu estava me recusando a encarar o filme do adolescente, apesar da determinação da Patrícia...

Renata disse...

Eu de mediadora no meio desses dois? Que malvadeza tão grande eu lhe fiz, meu amigo?!?!?!
Agora, a sério: o filme é realmente uma viagem que eu considero válida, divertida pelo seu inusitado, principalmente se nos pega desprevenidos; mas não sei se vale tirar outra coisa da programação por ele.
Sentiu o tom de mediação?

Ramiro disse...

Eu jamais desconfiei do talento da Renata para a mediação. Vai ver que já estava no DNA político dela, sei lá.