sexta-feira, 16 de novembro de 2007

aprile


- Questo è un metro, cento centimetri.
- Cento centimetri.
- Oggi è il tuo compleanno, auguri.
- Grazie.
- Però, è parecchio che non fai un film.
- E ma sono successe cose più importanti, è nato Pietro...
- Si, si, si. Però cerca di stringere. Quanti anni è che vuoi vivere? Settanta, settantacinque?
- Ottanta.
- Ottanta, allora tolgo venti, e questo è ottanta, oggi compi quarantaquattro anni, quindi devo andare fino a qua, ecco guarda questo è quello che resta.... auguri eh comunque.
- Come... (ma no ottanta, che stupido, che senso ha ottanta, volevo dire novantacinque, novantacinque anni volevo dire... mi ha preso in contropiede. Ottanta meno quarantaquattro... ottanta meno quarantaquattro...)

sábado, 10 de novembro de 2007

poréns...

Tava pensando... Talvez eu tenha sido injusto na avaliação de alguns filmes.

Há filmes que se revelam bons logo de cara. São os clássicos incontestáveis, até que vire o tempo, a casaca ou provem o contrário. Outros, podem ser chatos, espinhosos, esquisitos, pretensiosos ou fracassados. Mas, sabe-se lá por quê, ficam na memória. Estes são filme bons para pensar.

Por exemplo, achei Pickpocket apenas uma transposição do neo-realismo italiano para a China. Ele não é um grande filme, não me faz sentir saudades dele. Verdade que gostei do personagem principal - impossível não ir com a cara do sujeito - mas o filme, não sei... Só que na cabeça, o filme é bom pra caramba. Ele possibilita amarrar várias idéias sobre como o desenvolvimento econômico chinês (mas não só - o de qualquer país capitalista) afeta a lógica das relações sociais e, conseqüentemente, a vida cotidiana das pessoas. Acumulação primitiva é a palavra-chave. Filme bom para pensar.

Outro filme assim é o Import Export. Vi vários elementos interessantes nesse filme. Podem estranhar a colocação, mas acho que o diretor tem um olhar humanista, que sustenta durante todo o filme. Pero, o conjunto não faz um filme. Mas é bom para pensar.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

balanço 5

Na repescagem, mais dois filmes:
  • Pickpocket - neo-realismo chinês. Gostei mais ou menos
  • Import Export - não gostei muito, mas o filme não chega a ser ruim

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

balanço 4

Em tempos de repescagem, os últimos comentários da mostra já finda.
  • Caótica Ana - O cinema sempre se superando. Pensei que "O Estado do Mundo" seria o pior filme da mostra. Vã ilusão. Recomendo que assistam. É educativo.
  • A Culpa É do Fidel! - Filhos de comunistas do mundo todo, uni-vos! Assistam a este filme. Bom.
  • One + One - Godard 68. Godard é Godard.
E por aqui encerro minha mostra. O resto é repescagem.
(conhecem alguma doença chamada deprê pós-mostra?)

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

premiação oficial

Podíamos fazer uma nossa.
Enquanto não fazemos, vai a oficial:


PRÊMIOS DO JÚRI

Melhor Filme
O BANHEIRO DO PAPA, de Enrique Fernández e César Charlone (Brasil/Uruguai/França)
Prêmio Especial
TRUQUES, de Andrzej Jakimowski (Polônia)
Revelação
POSTALES DE LENINGRADO, de Mariana Rondón (Venezuela)
Melhor Atriz
Carla Ribas, por A CASA DE ALICE (Brasil)
Melhor Documentário
TRANSFORMARAM NOSSO DESERTO EM FOGO, de Mark Brecke (Sudão/Chade/EUA)
Melhor Curta Estrangeiro
EM CONSTRUÇÃO, de Zhenchen Liu (França)
Melhor Curta Brasileiro
O CRIME DA ATRIZ, de Elza Cataldo
Menção Especial (Curta)
O PEQUENO MARTIN, de Violaine Bellet (França)


PRÊMIO DA CRÍTICA
A QUESTÃO HUMANA, de Nicolas Klotz (França)


PRÊMIOS DO PÚBLICO
Melhor Longa Estrangeiro de Ficção
INTO THE WILD, de Sean Penn (EUA)
PERSÉPOLIS, de Marjane Satrapi e Vincent Paronnaud (França)
Melhor Documentário Estrangeiro
O FILME DA RAINHA, de Sergio Mercúrio (Argentina)
Melhor Longa Brasileiro de Ficção
ESTÓRIAS DE TRANCOSO, de Augusto Sevá
Melhor Documentário Brasileiro
PINDORAMA – A Verdadeira História dos Sete Anões, de Roberto Berliner, Leo Crivelare e Lula Queiroga
Melhor Média-Metragem
CARTAS A UMA DITADURA, de Inês de Medeiros (Portugal/França/Bélgica)


PRÊMIO DA JUVENTUDE
(Festival da Juventude, estudantes do ensino médio)
POSTALES DE LENINGRADO, de Mariana Rondón (Venezuela)


PRÊMIO HUMANIDADE
AMOS GITAI, cineasta israelense de Kippur – O Dia do Perdão (2000) e A Retirada (2007)

Repescagem

Tilai, viagem a la goulette, e tempo de peixe são ruins!

fora os óbvios já comentados, indico e muito Postales de Leningrado, Heremakono, os filmes de Civeyrauc (gostei muito do único que vi: Nem de Eva nem de Adão)

A casa das cotovias, dos irmãos Taviani, vale mais pelo assunto do que pelo filme em si, só razoável

finalzinho da mostra

Vimos uma hora e meia das quatro horas de Potosi, e se não fosse o encontro com Yia Zhang-Kee, ficaríamos o restante com o maior prazer; do que vimos, valia muito a pena
DO outro lado achei razoável, não gostando do jeito que ela traiu seus companheiros ao final e de como o filme foi sendo conduzido para isso, um certo pacifismo que me incomodou

Encontro com Yia Zhang-Khe

Yia Zhang-Khe é não só um dos melhores diretores, e não só da atualidade mas da história do cinema, ele também é alguém que reflete coerentemente sobre suas obras, como pudemos constatar com raro prazer no encontro junto ao clube da mostra, onde já nos decepcionamos com tantos diretores que apreciamos. É de grande universalidade a desestruturação permanente na qual seus personagens são obrigados a se estruturar, tendo uma história por detrás que eles não podem negar mas que também não podem assumir, vendo o velho sumir sem o novo tomar seu lugar como diz o personagem principal de PIckpocket. Ruínas externas e internas sintetizadas na obra prima Still Life, uma temporalidade sem tempo como já apontava Bresson em outro contexto, e reatualizada hoje pela grande escola do cinema contemporâneo - junto com a iraniana -, a do cinema chinês, incluindo aí Hou Hsiao-Hisien, Tsai Ming-Liang, Wong Kar-Wai. Cinema para ver, rever e ler! Como parênteses, acrescentaria que não gostei do enfoque da moda como legitima expressão artística no documentário Inútil, que de resto adorei, para mim sintoma dessa desestruturação e não da resistência a ela, como, aliás, procurei dizer ao diretor durante o encontro.

considerações rápidas sobre XXY

XXY é sem dúvida um dos melhores da mostra, a comparação entre hermafroditismo e homossexualidade, o limite entre o que seria uma anomalia considerada como natural ou social, o quanto se naturaliza o social, a precisão com que a ótima idéia foi levada, a crise da adolescência levada ao limite do insuportável; maravilhosa a cena final em que o rapaz não pode explicar para o ser amado aquele turbilhão de descobertas sobre si mesmo pois mesclam uma série de preconceitos paternos/sociais no sentido de determiná-lo com emoções recém descobertas por causa justamente desse ser amado, numa relação que não se enquadra na normalidade mas também não quer se enquadrar em lugar nenhum pois quer se descobrir e não há todavia tempo e espaço social para tanto.

Votação paralela do Adiário elege como melhor filme da mostra...

Acabamos de ver o melhor filme da mostra numa sessão única (o filme estava retido na alfândega), com meia dúzia de gatos pingados. O documentário Calles Santa Fé mostra os dilemas dos revolucionários chilenos antes, durante e depois da ditadura com uma intimidade possível apenas porque a diretora foi protagonista direta dos acontecimentos: a integridade de pessoas que buscam acertar contas com seus ideais, enfrentando o choque com a dura realidade, sem contudo abandoná-los!, e isso sem as facilidades retrospectivas de encarar o passado como tendo sido sempre passado e não, em algum momento concreto de pessoas concretas, um presente de incertezas, o qual é relembrado no filme por pessoas concretas em suas incertezas presentes

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

balanço 3

penúltimo "pré-balanço" - notas curtinhas
  • Dever Cívico - Como é? Cuidado com seus vizinhos árabes? A paranóia é justificável? Muito ruim.
  • Do Outro Lado - mais um filme do Fatih Akhin. É bom, talvez melhor do que o "Contra a Parede"
  • A Garota do Lago - filme policial convencional e ruim
  • La León - muito bom. O Zé disse que lembra "Os Mortos"
  • Luxury Car - bom filme, mas não tanto quanto "Perdidos em Pequim", com o qual guarda certa proximidade.
  • Persépolis - um olhar particular sobre a história do Irã desde a revolução islâmica, em animação. Muito bom.
  • XXY - se tivesse que escolher um filme como o melhor da mostra, escolheria este.