Há alguns anos eu estava participando de uma oficina de criação literária e escrevi um exercício de crônica tendo a Mostra como tema. Me pareceu que seria divertido compartilhar a brincadeira aqui.
Quarta-feira de cinzas em segunda de novembro.
Recolham-se as fantasias e realidades alheias e retomemos as nossas. Neste carnaval às avessas, desfiles de luzes, sombras e sons invadem salas escuras, enquanto os passistas permanecem sentados. Durante semanas, credenciais penduradas no pescoço foram nossos adereços; catálogos e horários, os estandartes. As coleções de ingressos destacados, quase definição de identidade do carnavalesco, vão agora para um fundo de gaveta, ou para o lixo. Aposentam-se o senso de urgência e o caminhar apressado entre as sessões. Alguns cinemas compadecidos acolhem os últimos retardatários. Nos despedimos, sem desatinos. No ano que vem nos encontramos novamente, no mês em que o mundo aqui se Mostra pelo buraco da fechadura.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
4 comentários:
A iniciativa foi, de fato, pertinente, e o seu poético textinho é muito bonito. Congratulações.
Bom que você gostou. Pensei duas vezes antes de colocar - medo que fosse meio bobo.
Não é nada bobo. Gostei bastante também.
Obrigada. Bjs.
Postar um comentário