sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Encontro com Yia Zhang-Khe

Yia Zhang-Khe é não só um dos melhores diretores, e não só da atualidade mas da história do cinema, ele também é alguém que reflete coerentemente sobre suas obras, como pudemos constatar com raro prazer no encontro junto ao clube da mostra, onde já nos decepcionamos com tantos diretores que apreciamos. É de grande universalidade a desestruturação permanente na qual seus personagens são obrigados a se estruturar, tendo uma história por detrás que eles não podem negar mas que também não podem assumir, vendo o velho sumir sem o novo tomar seu lugar como diz o personagem principal de PIckpocket. Ruínas externas e internas sintetizadas na obra prima Still Life, uma temporalidade sem tempo como já apontava Bresson em outro contexto, e reatualizada hoje pela grande escola do cinema contemporâneo - junto com a iraniana -, a do cinema chinês, incluindo aí Hou Hsiao-Hisien, Tsai Ming-Liang, Wong Kar-Wai. Cinema para ver, rever e ler! Como parênteses, acrescentaria que não gostei do enfoque da moda como legitima expressão artística no documentário Inútil, que de resto adorei, para mim sintoma dessa desestruturação e não da resistência a ela, como, aliás, procurei dizer ao diretor durante o encontro.

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